segunda-feira, 20 de outubro de 2008

A banca nacionalizou o Governo

A troco de apenas algum dinheiro, os bancos emprestam-nos o nosso próprio dinheiro para que 
possamos fazer com ele o que quisermos. A nobreza desta atitude dos bancos deve ser sublinhada.

Quando, no passado domingo, o Ministério das Finanças anunciou que o Governo vai prestar uma garantia de 20 mil milhões de euros aos bancos até ao fim do ano, respirei de alívio. Em tempos de gravíssima crise mundial, devemos ajudar quem mais precisa. E se há alguém que precisa de ajuda são os banqueiros. De acordo com notícias de Agosto deste ano, Portugal foi o país da Zona Euro em que as margens de lucro dos bancos mais aumentaram desde o início da crise. Segundo notícias de Agosto de 2007, os lucros dos quatro maiores bancos privados atingiram 1,137 mil milhões de euros, só no primeiro semestre desse ano, o que representava um aumento de 23% relativamente aos lucros dos mesmos bancos em igual período do ano anterior. Como é que esta gente estava a conseguir fazer face à crise sem a ajuda do Estado é, para mim, um mistério.

A partir de agora, porém, o Governo disponibiliza aos bancos dinheiro dos nossos impostos. Significa isto que eu, como contribuinte, sou fiador do banco que é meu credor. Financio o banco que me financia a mim. 

Não sei se o leitor está a conseguir captar toda a profundidade deste raciocínio. Eu consegui, 
mas tive de pensar muito e fiquei com dor de cabeça. Ou muito me engano ou o que se passa é o 
seguinte: os contribuintes emprestam o seu dinheiro aos bancos sem cobrar nada, e depois os 
bancos emprestam o mesmo dinheiro aos contribuintes, mas cobrando simpáticas taxas de 
juro. A troco de apenas algum dinheiro, os bancos emprestam-nos o nosso próprio dinheiro 
para que possamos fazer com ele o que quisermos. 

A nobreza desta atitude dos bancos deve ser sublinhada. Tendo em conta que, depois de anos de lucros colossais, a banca precisa de ajuda, há quem receie que os bancos voltem a não saber gerir 
este dinheiro garantido pelo Estado. Mas eu sei que as instituições bancárias aprenderam a sua 
lição e vão aplicar ajuizadamente a ajuda do Governo. Tenho a certeza de que os bancos vão 
usar pelo menos parte desse dinheiro para devolver aos clientes aqueles arredondamentos 
que foram fazendo indevidamente no crédito à habitação, por exemplo, e que ascendem a vários 
milhares de euros no final de cada empréstimo. Essa será, sem dúvida nenhuma, uma prioridade. 

Vivemos tempos difíceis, e julgo que todos, sem excepção, temos de dar as mãos. Por mim, dou as mãos aos bancos. Assim que eles tirarem as mãos do meu bolso, dou mesmo.

autor desconhecido

5 comentários:

Rei da Lã disse...

Uma palavra:

PARASITISMO!

rui pintas disse...

alo alo, andamos tão aterefada, que não temos tempo para os vizinhos?

Su. disse...

Ora nem mais.... e está tudo dito!

Mulheres ao poder!

Beijão de saudade, onde andas tu?

Su. disse...

oppáaa, voltei para te ler, e nada!!
bem, vê lá se libertas aqui algum ar!
e tem mais, nada de te controlares aqui, liberta! solta! q se lixe quem se sente apertado, quem n gosta nao mama! ora essa, e escrevi sem a porra de pontuação pq n me apetece mesmo e pronto!

:P

Beijooo nessa boXeXa! (agora diz lá se boXeXa não se escreve muito melhor assim!)

pedro alex disse...

Cara Tempestade, muito se fala da dita garantia, e muito se fala sem saber tal como odito autor desconhecido.
A banca é a banca e por simples falta de cultura do povo mete a unha, por inabilidade da justiça vive impune, por compadrio do governo faz o que lhe apetece, e finalmente, por franca desonestidade e desleixo do Banco de Portugal é criminosa.
Mas a banca é a banca e sem ela seriamos uns parasitas.